impossível separar o conteúdo de um livro da sua forma. Neste estudo, Filipe Carreira da Silva e Mónica Brito Vieira propõem-nos revisitar a história do pensamento social e político de forma radicalmente inovadora. A história do cânone sociológico é aqui narrada a partir das histórias conectadas de seis livros clássicos: The Souls of Black Folk, de W.E.B. Du Bois, Mind, Self e Society, de G.H. Mead, As Formas Elementares da Vida Religiosa, de Émile Durkheim, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, de Max Weber, Os Manuscritos Económico- Filosóficos de 1844, de Karl Marx, e A Democracia na América, de Alexis de Tocqueville.

Seguindo a história destes livros clássicos do pensamento social e político ao longo dos séculos XIX e XX, Carreira da Silva e Brito Vieira ajudam-nos a redescobrir o coletivo de agentes, incluindo os seus autores, mas também editores, tradutores, comentadores e muitos outros, por detrás de cada um deles. Nem só de pessoas se fazem livros. Porém, para Carreira da Silva e Brito Vieira, o processo editorial tem uma dimensão material e tecnológica que não se separa facilmente da sua dimensão simbólica; uma e outra envolvem tanto a colaboração quanto uma batalha contínua relativamente à pertença disciplinar, ao posicionamento ideológico e ao significado político de cada livro e do seu autor.

Teoricamente sofisticado e minuciosamente pesquisado, A Política dos Livros promete alterar profundamente a nossa compreensão do que significa fazer teoria social e política e a sua história. De interesse para o público em geral, recomenda-se em particular a todos quantos se interessem pela história do livro, do pensamento social e político e da teoria social e política.